segunda-feira, 10 de junho de 2013

AMOR DE JULIETA-MINHA FILHINHA ADORADA

Julieta sentou-se por fim naquela pedra junto ao rio.
As flores ondularam, e os ventos amainaram os seus cabelos, como as flores ondulando.
Mirou-se por fim naquela água cristalina, onde tantas vezes pedira os reflexos dos rostos queridos.
Queria matar saudades apenas do mundo que a teve.
Serena, mirou-se no rio e soube do segredo que sempre a levava até ali.
Sem nunca perguntar.
Sem nunca pedir.
Sem nunca deixar de amar.
Sem nunca deixar de sorrir.
Julieta abandonada de tudo, vestiu-se de branco, a côr da paz e dos anjos.
Sabia que na terra outros anjos deixara....
Preciosos diamantes,  como ela errantes, meros passageiros de um rio e de terra e de céu ... que lhe devolvia.
Toda a ternura que tinha no peito.
Todo o amor e respeito numa saudade que compartiu..
Levitou no ar.
E viu.
Nas águas agora ondulantes e serenas do rio... o rosto de sua mãe, que também sorriu.
Sabia da comunhão.
Do rio, devolvida numa só razão.
Das mágo
as, nas águas.
Das fontes,
De todas as suas dádivas e amor aos montes.
Dos lábios da sua mãe, pomba alva como ela..
....e o rio correndo, lavava a alma... enternecendo todos os seus amores em águarela.
Aberta.
Compreendida e desperta.
Hoje sentada na pedra sabia.
Que a  guarida eterna para sempre delegou o que na terra deixou.
Seria a única forma de ser para sempre feliz.
Delegando em cada coração aprendiz, o seu amor.
Julieta plena de amor.
Plena de paz.
Cheia de orgulho, soube que foi capaz.
De dar.
De na terra deixar outro rio.
Outra alma.
Outra vida.
Outra guarida.
Nos corações que conhecia e confiava.
O seu legado.
O seu gesto mais amado abriu,
... e por assim ser deixou, que esse amor se partilhasse na concha da sua mão ... na água o  seu fio.
E nem uma dúvida ficou.
Do seu saber de menina.
Levantou-se e voou.
Livre por bem e por quem,
Amou e por isso cedeu a sua doce e amada MÃE.
.....Julieta abandonou o rio....não esquecendo outos nomes nos seus trilhos.... quando o peito é um rio...tudo corre sem parar, tudo se parte e reparte e repartindo saiu... brincado como os seus filhos.
Raquel Calvete ( sem palavras)
OBRIGADA RAQUEL,por este lindo poema..

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