segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

António Ramos Rosa

Amo o teu túmido candor de astro

a tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade acesa sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança de um peito
que pulsa e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que vivo é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto

sábado, 7 de janeiro de 2012


Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um rio de águas doces,
Ou o mar em tempestade,
Um canteiro colorido de flores,
Que nos embriaga com seus odores.
Um cais com gaivotas esvoaçantes,
Numa dança estonteante.
Talvez um beijo apenas,
No crepúsculo da noite calma,
Que nos acaricia a alma.
Uma criança com andar hesitante,
E um sorriso cativante.
Um sulco na terra fertil,
Esperando pela semente
Um meigo olhar que se sente, num repente.
Uma mãe com o filho no regaço,
A olhar o avião no espaço.
O bébé a gatinhar
e a mãe, vaidosa a olhar.
Pode ser apenas o vento
Que nos fustiga o rosto,
Ou uma réstea do sol posto.
O pássaro do vizinho,
Que esvoaça na gaiola
Os peixinhos vermelhos num lago do jardim,
E tu, a olhares para mim.
O rir e o chorar...
Ou uma cálida noite de luar.
O fulgor do amanhecer,
Com a leveza de ser.
As gotas de chuva na calçada,
E o cheiro da terra após a chuvada.
O musico da rua que teima em tocar,
P´ra gente que passa sem p´ra ele olhar.
A noiva de branco que sobe ao altar
Olhos fitos no noivo com quem vai casar.
O fruto maduro,
A árvore em flor,
Um beijo de amor.
As vibrações do ar,
A alegre gargalhada,
Da jovem enamorada.
Sentir o pulsar
No ventre da grávida, que vai a passar...

Lembranças... Olhares...
Que nos fazem pensar,
Que tudo isto é VIDA
E razões para a amar.